A fim de mostrar o grave erro daqueles que "concordam com o Boff em algumas coisas", disponibilizo aqui alguns textos que provam que em carne barata não se pode confiar.
Os textos seguintes foram copiados do site da Associação Cultural Montfort, da qual não possuo nenhuma relação, e apenas considero os artigos sérios e bem escritos.
Histórico da Teologia da Libertação
Pergunta
Nome: |
Paulo Henrique |
Enviada em: |
08/11/2002 |
Caro professor Orlando, que a paz de Nosso Senhor Jesus
e o amor de Maria esteja com o senhor.
gostaria de saber mais sobre a Teologia da Libertação e o que tem haver esse movimento
com o PT e mais a igreja apoia esse movimento digo a CNBB e todo clero.
Peço pro gentileza que tudo que vossa excelência tiver a respeito disso me passe.
Desde ja fico muito agradecido.
Paulo Henrique
Resposta
Muito prezado Paulo Henrique, salve Maria!
Você me pede um trabalho bastante extenso. E só poderei dar-lhe, por hoje, um breve resumo
de apresentação do problema. Temo, por isso que esse breve resumo de um assunto tão vasto
me obrigue a escrever-lhe várias cartas. Será como uma novela, em capítulos.
Devo dizer-lhe, entes de tudo, que a chamada "Teologia da Libertação", conforme a definiu
o ex-frei Boff, é marxismo na Teologia. O ex-Frei Boff fez a seguinte declaração,
num artigo. no Jornal do Brasil, em 6 de Abril de 1980:
"O que propomos não é Teologia dentro do marxismo, mas marxismo (materialismo histórico) dentro da Teologia".
E ainda: "O método da Teologia da Libertação... é o
método dialético." (Leonardo e Clodovis Boff, Teologia da Libertação no Debate Atual,
Vozes, Petrópolis, p. 22).
"A teologia da libertação arranca deste tipo de leitura da realidade social, crítico
radical e dialético estruturalista" (L. e Clodovis Boff, Da Libertação, Vozes,
Petrópolis, 4a edição , p,17).
E ele explica qual a conseqüência disso: "Na Teologia da Libertação, a questão de
fundo não é a Teologia, mas a Libertação" (L. Boff e Clodovis Boff , Teologia
da Libertação no Debate Atual, Vozes, Petrópolis, 1985, p.17).
Essa pseudoteologia propõe a Libertação de que?
"Mas quando falo em libertação eu entendo concretamente isso: acabar com o sistema
de injustiça que é o capitalismo. É libertar-se dele para criar em seu lugar uma nova
sociedade, digamos assim, uma sociedade socialista" (Leonardo e Clodovis Boff,
Da Libertação, Vozes, Petrópolis, 4a edição , p, 70).
E ainda: "É preciso dizer claro e vigoroso: a libertação é a emancipação social dos
oprimidos. Trata-se concretamente para nós de superar o sistema capitalista em direção
a uma nova sociedade de tipo socialista" (L e C. Boff, Da Libertação, p. 113).
Para a Teologia da Libertação a sociedade "socialista" que ela procura instaurar é sinônimo
de "Reino de Deus": "Se assim é, eu afirmo que hoje, para nós, o Reino de Deus é concretamente
o socialismo" (L. Boff e Cl. Boff. Da Libertação, p. 96).
Dentro da Igreja, o objetivo da Teologia da Libertação era o de criar um movimento de
apoio à ação marxista comunista: "O interesse principal da teologia da libertação
é criar uma ação da Igreja que ajude, efetivamente, os pobres. Tudo deve convergir para
a prática (amor)" (L. e Cl. Boff Da Libertação, pp.13-14. O itálico é do
original).
Note-se que, ajudar efetivamente os pobres, seria fazer uma revolução anticapitalista.
E veja-se como a palavra amor é deturpada para um sentido particular: amar é realizar
efetivamente a igualdade econômica.
Não se pense que essa revolução socialista visada pela Teologia da Libertação seja meramente
reformista. Os Boffs confessam que ela deveria ser radical: "A terapia apresentada
por esta consciência crítica radical não é a reforma do sistema [capitalista] ; isto
implicaria apenas em fazer um curativo na ferida sem perceber o foco gerador da enfermidade;
postula-se uma nova forma de organizar toda a sociedade sob outras bases; não mais a
partir do capital em mãos de alguns , mas a partir do trabalho de todos, com a participação
de todos nos meios de produção e nos meios de poder; fala-se de libertação"(
L e Cl. Boff, Da Libertação, pp. 16-17. O negrito é nosso, salientando a adoção
de princípios marxistas).
Portanto, a Teologia da Libertação adota princípios e método marxistas, e tem o mesmo
fim dos movimentos comunistas: destruir o sistema capitalista, para instituir uma nova
sociedade "socialista". E socialismo, aí, é um "eufemismo" enganador, para não assustar
burguês. Sociedade socialista, aí, significa, em concreto, uma sociedade comunista como
a de Fidel em Cuba, ou de Stalin na URSS. Fidel, que vem aí, no dia 6 de janeiro...
A Teologia da Libertação é comunismo para "católicos" modernistas, tais como eles se
desenvolveram depois do Concílio Vaticano II.
Michael Löwy assim resume a doutrina e fins da Teologia da Libertação:
"1- Um implacável requisitório moral e social contra o capitalismo dependente, seja como sistema injusto, iníquo, seja como forma de pecado estrutural".
"2- A utilização do instrumental marxista para compreender
as causas da pobreza, as contradições do capitalismo e as formas da luta de classes".
"3 - Uma opção preferencial em favor dos pobres e da solidariedade com a sua luta pela
auto libertação".
"4 - O desenvolvimento de comunidades cristãs de base entre os pobres, como uma nova
forma da Igreja e como alternativa ao modo de vida individualista imposto pelo sistema
capitalista".
"5 - Uma nova leitura da Bíblia, voltada principalmente para as passagens como o Êxodo
-- paradigma da luta de libertação de um povo escravizado".
"6 - A luta contra a idolatria (e não o ateísmo) como inimigo principal da religião
-- isto é, contra os ídolos da morte, adorados pelos novos faraós, os novos Césares e
os novos Herodes: Mamon, a Riqueza, o Poder, a Segurança Nacional, o Estado, a Força
Militar, a "Civilização Ocidental".
"7 -- A libertação humana histórica como antecipação da salvação final em Cristo, como
Reino de Deus".
* 8 -- Uma crítica da teologia dualista tradicional como produto da filosofia platônica
grega e não da tradição bíblica -- nas quais as histórias humana e divina são distintas
mas inseparáveis" (Michael Löwy, Marxismo e Teologia da Libertação, Cortez ed.
São Paulo, 1991, pp. 27-28. Itálicos são do original).
A Teologia da Libertação foi feita para justificar a Ost Politik do Vaticano, no tempo
de Paulo VI, e para ajudar a expansão comunista nas Américas.
É sabido que, em 1952, às vésperas do Concílio Vaticano II, João XXIII queria o comparecimento
de observadores da Igreja Cismática Russa, no Concílio. O ecumenismo exigia uma aproximação
também com a Igreja Cismática Russa controlada então pelo Partido Comunista soviético.
Até mesmo os mais altos dignatários dessa Igreja eram, então, membros da KGB, a polícia
secreta do Bolchevismo.
O Governo Soviético, inicialmente, não queria permitir a presença de membros da Igreja
Cismática no Concílio Vaticano II, mas, depois, aproveitou dos desejos ecumênicos do
Vaticano e de João XXIII, para exigir, em troca da presença desses observadores, que
no Concílio jamais fosse citada a palavra comunismo, nem a palavra marxismo e nem se
condenasse a URSS e a sua política expansionista. João XXIII capitulou diante dessas
condições, e foi assinado, em Metz, ainda em 1962, um pacto entre a Santa Sé e a URSS
comunista. Pelo pacto de Metz, a Igreja se comprometia a que, no Concílio, o Comunismo
não fosse nem condenado, nem citado. Em troca, a URSS permitiria que alguns de seus espiões,
vestidos de Bispos e Popes, viessem "observar" o que se passaria no Vaticano II.
O Pacto de Metz foi assinado, em nome do Papa, pelo cardeal Tisserand, e em nome da Rússia
pelo Arcebispo e Coronel da KGB, Nikodim, o mesmo que terá morte misteriosa diante de
João Paulo I.
Pacto assinado, pacto cumprido. No Vaticano II nem se tratou do maior inimigo que a Igreja
jamais teve: o comunismo.
A capitulação da política vaticana chegou a tal ponto que nem se discutiu, nem citou
na aula conciliar do pedido de mais de 700 Bispos de Consagrar a Rússia ao Imaculado
Coração de Maria, como Nossa Senhora o havia pedido em Fátima.
O Vaticano II quis ser pastoral, para não ter que anatematizar o marxismo e o comunismo.
Em conseqüência do humanismo do Vaticano II, desenvolveu-se, então, a chamada Teologia
da Libertação que, nada tendo de Teologia, pretendia libertar os países latino americanos,
especialmente, das garras do capitalismo internacional. Na verdade essa era uma fórmula
propagandística que significava acabar com o capitalismo e a democracia liberal -- que
nada tem de santo -- para instaurar em seu lugar a tirania comunista.
Evidentemente, Cuba e Fidel passaram a ser o núcleo da propaganda marxista vestida com
a batina da Teologia.
No tempo de Paulo VI, a Assembléia dos Bispos da América Latina em Medellin, deu um grande
impulso à Teologia da Libertação e à ação concreta de padres modernistas a favor da guerrilha
comunista.
Aqui no Brasil, a Ação Católica eivada de princípios modernistas, se aliou aos partidos
marxista, surgindo a POlop (Política Operária). Na década de 60, os católicos de esquerda
apoiaram a guerrilha comunista de Carlos Marighella. Frei Betto esteve envolvido nessa
guerrilha como muitos outros padres e frades do Convento dominicano das Perdizes, em
São Paulo.
A Teologia da Libertação, no Brasil, teve o apoio total do Cardeal de São Paulo, Dom
Arns, assim como da ala esquerdista que dominava a CNBB, liderada então por Dom Arns,
e pelo Cardeal Aloísio Lorscheider, por Dom Ivo Lorscheider, por Dom Mauro Morelli, Dom
Casaldálga, Dom Luciano Mendes de Almeida, entre outros.
Na América latina, a Teologia da Libertação foi fundada e liderada pelo Padre Gustavo
Gutierrez. Entretanto, o teólogo que acabou por simbolizar essa Teologia comunista foi
o então Frei Leonardo Boff, que, tendo controlado a Editora Vozes de Petrópolis, a usou
para publicar inúmeros livros dessa corrente teológica. Frei Boff era um frade franciscano
que estudava muito, e cujos livros tinham um embasamento muito mais sólido do que os
pobres livrecos do semi-frade Frei Betto.
Frei Leonardo Boff encarnou a Teologia da Libertação, e sua condenação por Roma, acabou
por anular -- por algum tempo pelo menos -- a revolução teológica.
A laicização do ex-Frei Boff -- que se tornou, de novo, apenas Genésio Boff, se não me
equivoco -- e seu casamento "pós-moderno", como ele mesmo definiu, com uma mulher casada,
mãe de seis filhos, liquidou a sua influência no Brasil. Boff passou a ser figura de
segundo plano, embora suas idéias continuem atuando, e muito, na CNBB.
Ainda hoje. foi noticiado que o Papa João Paulo II, em um discurso aos Bispos Brasileiros
em visita "ad limina" ao Vaticano, condenou a invasão de terras alheias, como, aliás,
já fizera o Papa em 1991, ao visitar o Brasil. Um Bispo da CNBB, da pastoral da Terra,
Dom Tomás Balduino, teve a audácia de declarar que o Papa não condenou as invasões do
MST, e sim a invasão de terras pelos "grandes". (Cfr. O Estado de São Paulo, 27
de Novembro de 2002).
A Teologia da Libertação tinha uma concepção herética de Deus, Da Santíssima Trindade,
da Igreja, e da sociedade, que analisaremos em outras missivas que lhe enviarei.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.
Condenação de Boff e da Teologia da Libertação
Pergunta
De: Breno Cunha Leite
Enviada em: Domingo, 26 de Agosto de 2001 18:52
Localidade: São Paulo - SP
Religião: Católico
Idade: 21
Escolaridade: 2.o grau completo
Gostaria de conhecer maiores detalhes deste movimento
Social-religioso, inspirado nos escritos de Leonardo Boff, e tão difundido entre as igrejas
da América Latina.
Existe algum documento oficial que condene este movimento pela igreja?
Resposta
Prezado Breno,
salve Maria.
A Teologia da Libertação foi condenada pelo Vaticano depois da polêmica sobre as obras
do agora ex frei Leonardo Boff. Este havia escrito uma série de livros que foram criticados
pela Congregação da Doutrina da Fé. Um dos livros que causou maior oposição no Vaticano
foi o intitulado "Igreja, Carisma e Poder" (Vozes, Petrópolis, 1981), embora muitos outros
livros de Boff tivessem já causado grande escândalo.
Boff contou que desde 1972 esteve sob vigilância e exame do Vaticano. Em 1984, o livro
"Igreja Carisma e Poder' desencadeou um processo no Vaticano, contra ele. As discussões
entre o Vaticano e Leonardo Boff prosseguiram com alternativas variadas, por alguns anos.
Em março de 1984 saiu na revista "30 Giorni" o texto do Cardeal Ratzinger condenando
as teses de Frei Boff (esse texto foi publicado também pela Folha de São Paulo em 24-de
março de 1984).
Boff foi convocado oficialmente para ir à Congregação para a Doutrina da Fé, a fim de
explicar-se. Os cardeais Arns e Aloisio Lorscheider acompanharam o frade rebelde ao Vaticano
para defendê-lo, o que foi um ato inédito de apoio a um suspeito de defender doutrinas
heréticas. Boff contou em uma entrevista à revista Caros Amigos (junho de 1997) que Dom
Arns teria enfrentado o cardeal Ratzinger, dizendo que não acatava a condenação de Boff.
Inicialmente, o Vaticano condenou o frade a um "silêncio obsequioso", proibindo que ele
desse entrevistas, fizesse conferênicas, publicasse livros,etc. Depois, este silêncio
foi suspenso. Mas, afinal, Frei Boff teve seus erros condenados pelo Vaticano.
Em março de 1991, por imposição do Vaticano, Boff teve que deixar a direção da revista
Vozes. Em setembro desse mesmo ano de 1991, Boff deu entrevista anunciando que "desistia"...
Frei Boff pediu ao Papa dispensa de seus votos, abandonou a batina de frade e a vida
religiosa. Deixou de ser Frei Leonardo Boff. Tornou-se apenas Genésio .
Foi depois disso que Boff anunciou que, havia muitos anos, mantinha "um caso" com uma
mulher casada, mãe de seis filhos, que fora sua secretária durante anos... mas ela mesma
esclareceu que o marido dela sabia disso desde o princípio. Em outra entrevista Boff
declarou que mantinha com ela uma união "pós moderna", cada um vivendo em um local, e
que ela o visitava algumas vezes, toda semana.
Atualmente, o ex frade aderiu a um pensamento "ecológico" fortemente tisnado de Gnose.
Perdeu grande parte de sua influência e importância.
Para maiores esclarecimentos, recomendo-lhe que leia a entrevista de Genésio Boff à revista
"Caros Amigos" em junho de 1997...
É uma entrevista para lá de escandalosa.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.