Chico Buarque e a Censura

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Em 1969, a junta militar escolhe o novo presidente: o general Emílio Garrastazu Médici. Seu governo é considerado o mais duro e repressivo do período, conhecido como “anos de chumbo”. A repressão à luta armada cresce e uma severa política de censura é colocada em execução. Jornais, revistas, livros, peças de teatro, filmes, músicas e outras formas de expressão artísticas são censuradas. Muitos professores, políticos, músicos, artistas e escritores são investigados, presos, torturados ou exilados do país.

A tudo isso Chico reagiu com Apesar de você que passou pela censura, vendeu quase 100 mil cópias e por pouco não foi adotada como hino, depois que um jornal escreveu que em Apesar de você o “você” fazia referência ao presidente Médici, a censura ficou mais atenta e severa com as músicas escritas por Chico. A partir deste fato vários versos das músicas escritas por Chico foram vetados, e algumas músicas nem chegaram a ser lançadas.

Chico era convocado para depor com freqüência durante toda a primeira parte dos anos 70, tendo a censura sempre em cima, resolve criar um pseudônimo chamado Julinho da Adelaide, que tinha inclusive uma cédula de identidade. Chico Buarque chegou até mesmo a conceder entrevista a um jornal da época como Julinho de Adelaide.

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